Monday 13 June 2011

Uma cidadezinha muito fofa


Uma das coisas que eu mais queria conhecer na Europa, acho que por influência dos tantos filmes que eu gosto tanto, eram as vilazinhas antigas, meio medievais. Brugge foi a nossa primeira. Pertinho da estação do trem e de Bruxelas, é uma cidadezinha deliciosa. Fizemos praticamente o turismo todo num dia só, mas com certeza quero voltar e passar um final de semana inteiro, fazendo nada. É uma cidade que convida ao ócio, ao chocolate, ao foundue...
Não há muitos pontos turísticos. Você pode ver tudo andando mesmo, ir de carruagem ou de barco. Fizemos o passeio de barco, 6 euros cada um por meia hora. Vale a pena. Não é caro, é bem bonitinho e dá pra ter uma boa idéia da arquitetura da cidade. Você tem uma vista legal do Belfort, essa torre de sino de 1240.
Uma parte curiosa foi quando passamos por uma parte do canal que chama Minnewater. Ninguém sabia na hora mas, pesquisando na internet, eu vi que ela é cheia de lendas envolvendo cisnes. Está certo que vimos uns 100 juntos, mas não fazia idéia que tem toda uma história por trás. É impressionante ver tantos deles vivendo num mesmo lugar, e tinha vários filhotinhos.
Assim como Brussels, a cada esquina tem uma loja de chocolate. Conseguimos provar alguns e eles eram até mesmo um pouco mais baratos. As lojinhas eram mais convidativas e caseiras, sabe? Cara de comércio do interior. Outro ponto turístico é o Le lac d'Amour. Não espere muito, é só um laguinho musguento.
As lojas de cerveja também são muitas. Outros pontos que valem uma paradinha pra foto é o Bonne Chiere, um moinho de madeira de 1888 e a Basilica of the Holy Blood - foto menor -, que alega ter uma relíquia de José de Arimatéria contendo um pouco do sangue de Jesus Cristo. Se é verdade ou não eu não faço idéia, mas peguei a fila pra ver... heheheh.


Se eu pudesse escolher mais um final de semana, ficaria em Brugge. Pra quem só quer dar uma relaxada, comer em lugares legais e aconchegantes e tomar um chocolate quente - ou uma cerveja! -, eu indico e assino embaixo. Um pouco mais perto que Bruxelas pra quem está em Londres e com uma cara de antiga muito amistosa. Adorei. No final da tarde era hora de voltar pra casa. De carro. Dentro do trem. Essa eu também nunca tinha visto! rs...

P.S.: Tome muito cuidado com as suas trufas e bombons maravilhosos, eles não são resistentes quanto uma caixinha de Especialidades Nestlé! Deixei os meus dentro do armário, não pegaram um super calor de verão em momento algum mas mesmo assim viraram um monobloco de chocolate! ARRRGGGGHH!

Thursday 9 June 2011

Matando as saudades


 Uma coisa que todo brasileiro reclama e sente falta quando muda pro exterior é churrasco. Isso é algo que eu ao menos não posso reclamar. Já comi pelo menos umas 2 vezes desde que cheguei aqui, não chega perto em número do uma vez por semana que meu pai fazia em casa, mas não sendo a maior fã do mundo já está de bom tamanho.
 Bruno, Maíra, Tali, Aline, André, Samuca e eu no Genovese's Park - Evelin e Cássio atrasados... rs.
Matheus aguando a churrasqueira e meninos posam com a convidada ilustre.

 Como a maioria das casas e apartamentos não são agraciados por uma mega churrasqueira de alvenaria como é no Brasil, sobra fazer nos parques. Também, porque alguém gastaria dinheiro e espaço em algo que só pode ser usado uns 3 meses em 12??? Mas isso não faz dos nossos churrascos piores. No final de semana passado, graças aos dotes culinários da Maíra e do Bruno, tínhamos até vinagrete e maionese. Não faltava mais nada. Ah, e um pãozinho com gergelim muito bom. E no parque você ainda tem espaço pra caramba pra fazer o que quiser.
English/brazilian barbecue em abril na casa do Rui. Tinha até coraçãozinho (blerght!).

A maioria das coisas que se tem vontade de comer não se encontra em qualquer esquina mas sempre tem um mercadinho obscuro que vende, ou até nos hipermercados mesmo, se você procurar bem. Guaraná, requeijão (que eu ainda não achei!), leite condensado, picanha. O problema é que as minhas habilidades culinárias ainda não me permitiram sair do arroz, então fico fadada aos croissants e biscoitinhos ingleses. Ou seja, quando minha mãe chegar aqui vai ter uma grande listinha de guloseimas pra fazer pra mim! hahahah.... não, não é brincadeira! rs...


Ou a gente vai explorando os amigos mais afortunados de dotes culinários. Brasileiro que é brasileiro aprende a fazer feijão sem panela de pressão, então fui presenteada pela Tali com um grande prato de arroz, feijão, batatinha frita e carne moída pra matar minhas lombrigas. Que saudades eu estava de um PF!!!!!!!!!!

E já que eu estou chutando a barraca mesmo nesse post, não falando nada de útil e só lembrando de comida, nada melhor do que ficar olhando pras coisas que eu mais estou com vontade e chorar abraçada no travesseiro. Siiiiimmmmm, eu sei que a maioria delas se acha não sei lá onde sei lá com quem, mas eu queria elas ali na esquina, baratinhas e de fácil acesso, sem ter que pegar um metrô e dois trems pra comer um salgadinho ou pagar preço de Jardineira por rodízio de beira de estrada.
Catupiry não existe aqui. Então imaginem as pizzas. Tem até que uma ou outra melhorzinhas, mas 99% é tipo Pizza Hut. Pãozinho francês, daquele quentinho recém saído do forno? Esquece! Só tem pão de mercado, e bem mequetrefe, que rasga o céu da boca de tão cascudo. Pastel, coxinha, doce de leite... você tem que atravessar a cidade e ir na vendinha ilegal do terceiro andar de um prédio sem janelas pra conseguir. Feijoada, bolo de verdade (sem aqueles glacês e camadas de açúcar nojentos) até que dá pra fazer se você sabe. Pão de queijo é uma fortuna. Tá bom, estou exagerando um pouco, mas só um pouco.
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E falando de sentir falta resolvi postar uma fotinho da única coisa que supera todas as outras saudades juntas e somadas. A criatura mais linda e devota da Terra em seu momento de sono invernal. Não há Skype nem vídeo que ajudem nesse caso, só uns felpinhos brancos e graciosos que eu acho eventualmente em algum casaco. Lola!

Sunday 5 June 2011

O dia em que eu comi o melhor chocolate da minha vida


Ok, isso foi um pouco exagerado e precipitado, mas que em Bruxelas estão alguns dos melhores chocolates que eu já experimentei é verdade. A cada cinco lojas, uma é uma chocolateria. Na grande maioria, eles são muito mais bonito do que gostosos, mas mesmo assim já dava um calor no coração só de olhar pras vitrines.
Algumas deixam você entrar e provar, e os preços são bem variados. O problema é que os realmente muuuuito bons, óbvio, são os mais caros. Uma dica, se você quer comer o melhor chocolate belga não importa o preço, vá na Neuhaus. Tem no Iguatemi em São Paulo também, mas lá beira o impagável com ovos de Páscoa de mais de 300 reais e acima. Em Bruxelas eles têm preço de chocolate Kopenhagen. Nas lojas mais populares, caixinhas de 10 bombons por 4, 5 euros, trufas, torrones caseiros, é tanta variedade que você não se cansa de entrar nem que seja só pra ficar olhando.
Bom, como eu já disse o que interessa, vamos pra parte chata, o turismo obrigatório...rs. Começamos a viagem pela Koekelberg Basilica, mais conhecida como Basilica of the Sacred Heart. Vale a parada pra uma fotinho. Bem grande e bonita por dentro, mas você paga pra subir na cúpula (jura?). Por isso ficamos só embaixo mesmo.


Fomos pra Bélgica nesse determinado final de semana (28-29/maio) porque teria um festival de jazz que acontece todo ano. Não que amássemos esse estilo de música, mas a Talita e o Matheus já tinham ido a um ano atrás e tinha sido muito legal. E realmente é mesmo. A música em si não importou muito, mas a cidade fica agitada, cheia de gente e de atividades. Os bares ficam abertos até mais tarde e a Grand Place, uma praça enorme e rodeada de prédios antigos, abriga um mega palco e um monte de mesinhas e barraquinhas de petiscos típicos. Não tem coisa melhor.
 E além do chocolate e da batata-frita - sim, Bruxelas também é famosa por suas chips servidas em cones de papel! - tínhamos que dar uma olhadinha nas tão numerosas lojas especializadas em cerveja. Porque se tem uma coisa lá que consegue superar em número os chocolates, é a cevada! É tanta marca diferente, tipos e variações que você fica perdido e não sabe nem o que levar. No final acabamos não levando nada... hehehehe.
Mas isso não quer dizer que não iríamos provar! Alguns bares fazem beer-tasting, um tipo de degustação. Pagamos 14 euros por 5 copos e um pote de queijinho. É interessante e vale mais pela experiência mesmo, porque das 5 eu só consegui beber 2. Das outras, uma era muito forte, uma tinha sabor de cereja (NOJO PURO!) e uma de pêssego em calda (IRGHT!).
Mas não é só de alegrias que se faz uma viagem, né? Sempre há decepções. A primeira e maior de todas foi com o waffle. Você vai pra Bélgica imaginando comer um maravilhoso e perfeito waffle belga, com sabor único e inigualável, mas só acha waffle seboso, com chantilly gordurento e calda de sorvete de chocolate ao invés de chocolate de verdade (muitas lagriminhas caem nesse momento!). Com certeza deve ter algum waffle mega caseiro e delicioso escondido em algum lugar pitoresco, mas nós não achamos. Paguei mais ou menos 4 euros por waffle, um por dia, na esperança de achar um bom, e o da Bond Street aqui em Londres continua sendo muiiiiiito melhor. Acho que até os que eles fazem nas barraquinhas de Embu das Artes em SP batem os que eu provei lá, com longa vantagem.

Decepção número 2, o Mannequin Pis. Você vê em um monte de loja de souvenir pratos, canecas, réplicas, de um menininho fazendo xixi. Ele está por toda parte da cidade. Quando você vai conhecer a famosa "estátua", quer até chorar de tão ridícula. Dá vergonha alheia de uma cidade ter como um de seus símbolos uma coisinha tão sem graça. Ele deve ter uns 30 cm de comprimento, e só. E é isso. E você tira uma foto e vai embora se perguntando por que diabos ele é tão famoso. E não encontra explicação. Na net tem um monte de lendas e histórias mas nada é confirmado. Achei um lixo.

Como tinha o festival, a maioria dos estabelecimentos da cidade estavam fazendo maratona de bandas ao vivo então tomamos uma cerveja em cada bar pra conhecer lugares diferentes. Não deixe de conhecer o Délirium Café, escondido numa viela perto de uma rua cheiaaa de restaurantes gregos e italianos. Ele é famosíssimo e virou ponto turístico por ter reconhecidamente mais de 2.000 rótulos de cervejas do mundo inteiro.
Em Bruxelas, dá pra conhecer quase todos os pontos mais famosos em um dia só se você estiver de carro. A maioria não tem muita coisa pra fazer, então você só pára, dá uma olhadinha e tira uma foto. No Cinquentenaire Park tem o Arco do Triunfo belga. Interessante mas não tem comparação com o de Paris. Nesse parque também tem o museu do carro, um museu de guerra, mas tudo pago.

Perto do centrinho tem o Jardin Du Mont Des Arts, uma pracinha bem bonita onde do lado tem um café da manhã delicioso, não tem como errar. Esses edifícios japoneses da foto fazem parte do Museums of the Far East, um museu dedicado a cultura oriental que estava fechado quando chegamos lá. Pelo menos o lado de fora é lindo, muito bonito mesmo, vale a visita pelo menos pra dar uma olhadinha rápida.


Outro pit stop pra foto que fizemos foi no Royal Palace of Brussels. Fica perto de um parque bem legal, então pra quem tem tempo dá até pra sentar e dar uma relaxada. Como estávamos na correria foi só a foto mesmo, pá-pum. Esse aí dava até pra passar, não tem nada demais.
Depois ainda paramos no Atomium, um monumento-museu-símbolo de Bruxelas. Fica junto da Mini-Europe, essa sim vale uma paradinha. Por 11 euros (não era barato mas foi o único passeio pago que fizemos) você passa a tarde vendo miniaturas da Europa inteira.
Isso mesmo, prepare uma tarde toda pra ir lá. Ficamos no mínimo umas 2, 3 horas pra ver tudo. É muito legal mas depois de uma hora você já não aguenta mais. Deve ter mais de 50 miniaturas, algumas que custaram mais de 300.000 euros pra serem feitas.
 
O míni Big-Ben. A Lola gostaria muito de morar aí.
Thiago, Matheus e Talita com o Átomo de fundo - 2 minutos a pé até a entrada da Mini-Europe. 

Junto da entrada tem também um parque aquático e um complexo de restaurantes. Por 20 euros você podia comer até uma feijoada, o que não valia a pena já que com esse dinheiro você come no rodízio de churrasco aqui perto de Canary Wharf, a vontade. Não sei como eles tem coragem de enfiar tanto a faca em comida brasileira, meu deus. E estava cheio!
Acabamos nosso último dia de Bruxelas na ruazinha cheia de restaurantes que fica do lado do Délirium Café, um dos lugares que mais gostei. Sabe, aquelas ruas pequenininhas e aconchegantes? Com cantores ao vivo e um monte de restaurante um do lado do outro? Como tinham nos recomendado, o André, a Talita e o Matheus resolveram comer mussels - ouuuuutro prato típico da Bélgica. A panela de mexilhões custa uma média de 20 euros e dá pra uma pessoa bem faminta. Tem um monte de variações de tempero e complementos. 

Eu preferi ir de paella, que custava a mesma coisa. Estava maravilhosa. Como eu amo paella! Não lembro o nome do restaurante mas creio eles sejam todos muito parecidos, até os preços eram iguais, então não tem como errar.
 Pelo pouco que ficamos em Bruxelas tive uma excelente impressão da cidade, principalmente onde ficamos pertinho do centro. A cidade não é tão grande, então em um final de semana é tempo suficiente pra aproveitar tudo e dar uma boa descansada. O hotel era muito bom, chamava-se Alma Hotel, uma localização excelente, tudo novo, e se você reserva com bastante antecedência sai beeeem mais barato que os preços do site. Recomendo muito. E prepare seu estômago porque você vai comer bastante...rs.

Thursday 2 June 2011

Agora sim eu conheci a Rainha!

Alguns domingos atrás tivemos nosso mais chiquetoso evento londrino até então, o Royal Windsor Horse Show. E como todos sabem, Windsor é a casa da nossa-senhora-toda-poderosa Rainha da Inglaterra. Sim! Nós vimos a Rainha! Mas isso fica pro final do post.


Fomos de trem. Não lembro exatamente o preço, mas se você vai em quatro ou mais pessoas sai mais barato. Se não me engano foi 10 pounds por cabeça e você sai de Waterloo e cai do ladinho do castelo em uma hora mais ou menos. Como a leva motorizada ainda não tinha chegado, resolvemos tomar um café da manhã inglês. Ou seja, ovo frito, batata, feijão doce, bacon e todas essas nojeirinhas. Eu pulei direto pra sobremesa e, ao invés de colesterol, injetei glicose na minha veia com croissant e pão doce.

Cássio tomando meio litro de café numa bacia e o que sobrou da nossa comidinha light.

Como café da manhã pouco é bobagem, logo em seguida tivemos um almoço...rs... em uma parceria do Pony Club com a Daks, uma das marcas patrocinadoras do evento, tínhamos muito vinho, buffet de almoço e uma megaaaa bandeja de sobremesa pra completar nosso cafézinho. Muito, mas muito bom mesmo. Isso tudo graças a Maíra (tks again!!!) que sempre arranja esses super convites! Se não fosse por isso a rainha nunca teria tido o privilégio de nos conhecer! hehe...
Pra nossa surpresa os meninos não podiam entrar na área dos sócios/VIPS/etc sem casaco e gravata, então a Má nos salvou mais uma vez e eles viraram garoto-propaganda da Daks (hehehehehehehehe hhehehhe... haha hahhehehe heheheh... hahahah heheheheheheh...).
Além das apresentações dos cavalos tinha uma área do exército britânico onde eles tinham helicópteros, armas, munições e tanques de demonstração. Eu não manjo nada dessas coisas mas com certeza meu pai teria gostado muito.
Eu nunca tinha visto uma competição dessas, então foi muito legal. Você se sente tão britânico vendo esse monte de gente trajado como tal, esses cavalos imensos e lindos... foi uma experiência muito interessante apesar o tempinho xexelento. Como os dias andavam muito bonitos não estávamos preparados pra garoa e frio - eu ainda caio no conto de não estar preparada ao sair por aqui, não sei como! rs...
E no final da tarde lá estava ela. Saiu do quarto e desceu pro quintal pra dar um oizinho pros seus súditos. Parece uma coisa besta mas é uma sensação muito curiosa ver a Rainha tão de perto. Ela passou a uns dois metros da gente, quase dava pra sentir o cheiro de talco de senhorinha que ela parece ter...rs... parecíamos um monte de paparazzi tirando foto toda vez que ela passava - pelo menos não era só a gente, mas quase todo mundo que estava lá perto - e ela pareceu ser muito simpática. Sorriu e deu até umas risadas na competição do Pony Club com a Daks com umas gincanas envolvendo as crianças.
André fingindo que a foto foi sem querer e Tali realizando seu sonho de muitos anos!!!!!! rs...

Uma pena que não tivemos tempo de entrar no castelo, mas é um passeio que todo mundo nos recomendou, então com certeza vamos voltar lá qualquer dia. A cidade é bem bonitinha, meio interiorana, e o trem até lá é beeeem confortável. A gente fala de viajar pela Europa mas só dentro da Inglaterra tenho certeza que deve ter um monte de lugares pitorescos e bucólicos como esse pra conhecer.